terça-feira, 4 de junho de 2013

Crise no mercado do tecnobrega DETECTED

Gaby Amarantos vai se apresentar no Festival cinema de Cannes, na França. Gang do Eletro está com seus disco de estréia lançado pela gravador Deck e está aparecendo em diversos programas de mídia de alcance nacional. Marlon Branco vai aparecer no programa da Fátima Bernardes. Isso significa que o tecnobrega está em alta, certo? Errado. Essa impressão não poderia ser mais errada. O tecnobrega está em crise. O tecnobrega está sangrando em uma hemorragia que pode lhe ser fatal.

Para que você, nobre leitor que não é do mercado do tecnobrega do Pará ou que não more no estado, possa entender o que está acontecendo, observe com atenção as duas imagens abaixo. Uma é o anúncio de uma nova casa de shows em Belém, outra é a capa de uma coletânea, produzida por um DJs da mesma cidade. Tente observar com atenção as imagens e tentar descobrir o que há de errado, muito errado nelas





Descobriu? Não? então me diga, onde estão os nomes das bandas. Uma é uma casa de shows, cadê as bandas que farão esses shows? Outra é uma coletânea de músicas, cadê as bandas que produzirão essas músicas?

Em 2009 a Fundação Getúlio Vargas encomendou um estudo sobre como funcionava - e funcionava bem, para todos os envolvidos - o mercado do tecnobrega. O estudo resultou no livro chamado Tecnobrega - O Pará reinventando o mercado da música, organizado pelo jornalista Ronaldo Lemos. O livro pode ser baixado aqui. Quatro anos depois esse mercado está em ruínas. Perdeu-se por completo o equilíbrio que tanto encantou a equipe de pesquisa da FGV.

Hoje em dia, na equação Rádios/Aparelhagens/DJs de coletâneas/Bandas, as bandas são as que tem menos moral. Além de terem que exaltar as aparelhagens nas letras das músicas, ainda tem que pagaram para suas músicas serem tocadas na festas. Já as rádios praticamente sempre foi mais ou menos assim, com o famoso jabá. Pra completar de complicar ainda mais a situação, os DJs estão se achando na condições de fazerem exigências para as bandas.

Capa da coletânea do Pith Batidão - Fazendo a coisa certa, dando nomes aos bois

Ontem o produtor Pith Batidão abriu um tópico em seu perfil do Facebook pedindo para que os DJs colocassem nas capas de suas coletâneas, além do nome das músicas, também o nomes das bandas. Até porque muitas músicas tem nomes iguais, o que dificulta até a vida do ouvinte. Ressalte-se que foi uma crítica construtiva, tentado ajudar os DJs a melhorar ainda mais seus produtos. Pois não é que eles aproveitaram a oportunidade de saírem do armário e com isso deixarem sair também uma cacetada de esqueletos.

Eles em peso alegaram que se as bandas quiserem ter "essa moral" também deveriam "dar moral" e gravar para eles, de graça!, vinhetas com seus nomes para colocarem nas coletâneas. Com toa a mais absoluta certeza esse é o fim da picada, o último grau do desequilíbrio. A ferida mortal no mercado do tecnobrega.

Esse assunto não se encerra com essa postagem. Tem muito mais coisas a serem ditas sobre o atual mercado do tecnobrega. Arrisco a dizer que nos últimos anos nosso blog foi o único espaço em que o tecnobrega foi noticiado e discutido com seriedade e respeito. Continuaremos com essa missão. Esta é apenas a primeira postagem de uma série. Espero que com o feedback que possivelmente teremos após a publicação deste texto, mais fatos venham a tona e sejam amplamente discutidos, na esperança de se encontrar uma solução para essa crise, que com certeza não será simples, mas esperamos que possível

14 comentários:

a unica casa de shows q sempre deu moral pras bandas é "a pororoca" mas ate la tem mutreta pois so consegue fazer shows la quem ta dentro da "panelinha" e ainda assim eles pagam o q querem pra banda com a desculpa q tao dando midia. por isso a casa ta prestes de fechar! infelismente pra todos nós artistas e publico!

Este comentário foi removido pelo autor.

Que leigos somos nós pobres paraenses. Nossas riquesas sendo extraviadas de baixo do nosso nariz e nem percebemos isto. Realmente eu nem atentava para este lado obscuro da nossa cultura e para ajudar a ampliar crítica, com certeza construtiva, irei postar no meu Face para que meus amigos compartilhem enxerguem melhor essa problemática que arranha o sonho de um futuro artista paraense.

Isso ainda vai dar muita merda ... Muita merda ... Muuuuuuuuuuuuuuuita Merda ...

Firme...so nao concordo com o morenp vinil...

"Isso não vai dá certo", By Robô tremendão no clip Dança do Padê.

Corrigindo...nao concordo com o comentario do colega Moreno Vinil...

na minha opinião ta faltando união, temos bandas e aparelhagens boas!

Queria só ver se as bandas parassem de fazer melodys, o que seria das aparelhagens, se os djs não sabem tocar sem eles.

o Anônimo falou tudo, as aparelhagens ganham fortunas em cima das bandas que gravam seu Jingles porém é bobagem achar que as bandas vão parar de gravar pra eles pois sempre haverá amadores gravando de tudo pra aparecer.

Este comentário foi removido pelo autor.

SÓ UMA PERGUNTA AMIGOS ,ALGUÉM SABE ME DIZER POR QUANTO UMA BANDA MAIS FAMOSA DE TECNOMELODY EM BELÉM E UMA APARELHAGEM ? BANDA ESTÃO PERDENDO O SEU VALOR COLOCANDO AS APARELHAGEM EM MÍDIA, E PRECISO DE MUSICAS PRA TOCAR ENTÃO VAMOS SÓ MELHORAR AS LETRAS ==== EU SEMPRE DIGO === ESSA E MINHA OPINIÃO

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Só pra constar: Banda Batidão e Banda AR-15 fazem sucesso estrondoso, e as duas pouco gravam para aparelhagens. O que está acontecendo é um retorno ao melody romântico, que ganha cada vez mais força... Alguns sucessos dos últimos tempos: Tatuagem (AR-15 e M-Synck), Seu Amor (Viviane Batidão e Açaí Pimenta), Luz do Amanhecer (AR-15), Minha Paz (AR-15), Fingindo (Banda Batidão), Dependente (Banda Batidão), Faz Doer (Banda Batidão e AR-15), Lembrei de Você (Banda Batidão), Meu Universo (Viviane Batidão e Os Brothers), entre outras... A tendência agora é a volta do tecnomelody romântico, clássico, versões de músicas internacionais. E isso estoura nas rádios (Tatuagem ficou meses entre as mais tocadas) e é muito mais independente das aparelhagens que as músicas que falam de aparelhagem...

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