O Rock Nacional Morreu e teve show Sertanejo no Enterro

O sertanejo substituiu o rock como a música consumida pela juventude brasileira. Se esta frase fosse escrita no começo dos anos 90, seria considerada ficção escatológica, mas na atualidade é a mais Pura Realidade.

Exaltasamba Anuncia Pausa na Carreira

Depois de 25 Anos de uma Carreira Brilhante e de Muito Sucesso, o Grupo Exaltasamba anuncia que vai dar uma 'Pausa' na Carreira.

Discoteca Básica - Aviões do Forró Volume 3

O Tempo nunca fez eu te esquecer. A primeira frase da primeira música do Volume 3 do Aviões doForró sintetiza a obra com perfeição: um disco Inesquecível.

Por um Help à Música Sertaneja

Depois de dois anos, João Bosco e Vinicius, de novo conduzidos por Dudu Borges, surgem com mais um trabalho. Só que ao invés de empolgar, como foi o caso de Terremoto, o disco soa indiferente.

Mais uma História Absurda Envolvendo a A3 Entretenimentos

Tudo começou na sexta-feira, quando Flaviane Torres começou uma campanha no Twitter para uma Espécie de flash mob virtual em que os Fãs do Muído deveriam replicar a Tag #ClipSeEuFosseUmGaroto...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Banda Calypso e a comunidade mais ativa e eficiente e útil do Orkut

Hoje em dia não basta mais checar a lista das músicas mais tocadas nas rádios para avaliar o sucesso de um artista. Muito menos a lista dos discoas mais vendidos. A pirataria nas ruas e os downloads na Interner desvirtuam tais análises. Hohe em dia quem dá a letra são as redes sociais, tendo o Orkut como a mais forte aqui no Brasil.

As comunidades de fãs estão cada vez mais eficientes. São as melhores fontes de informação e os artistas mais espertos já estão usando elas como canal direto de comunicação com os consumidores de suas músicas.

E a comunidade da Banda Calypso no Orkut é a melhor de todas. Em verdade vos digo, aquela comunidade sobre música é a mais ativa da Internet. Participo de mais de 300 comunas e a da Calypso vive no topo da lista. E digo mais, é a comunidade que tem mais tópicos realmente úteis das que conheço.

Quer um exemplo, olha o naipe do tópico para downloads dos discos da Calypso. Tem até imagem ilustrativa.



Faz horas que planejo escrever um post exclusivo com a história da comunidade. É uma história bonito, pelo pouco que sei. Muita persistencia, muita dedicação e uma série de percalsos. Como a Banda Calypso é a campeã brasileira em termos de sofrer preconceito, a comunidade já foi ataqcada por hacker inumeras vezes. Quer saber informações constantemente atualizadas sobre a banda, lá é o lugar certo. Hoje a comunidade já é reconhecida pela banda e volta e meia Joelma manda recados por lá.

Fica meu abraço aqui para as moderadoras que já conversaram comigo, Thaty e Débora Virote: AQUELE ABRAÇO!!!

Aguardem, para muito em breve, uma matéria contando a história dessa comunidade que será postada no site BiS MTV, que agora tem Timpin como editor-chefe. Sim! E estou tentando escrever a melhor matéria jamais escrita sobre a história da Banda Calypso. Será uma dupla e justa homenagem a banda mais importante da década e sua respectiva comunidade. Afinal, são dez anos de sucesso.

quarta-feira, 24 de março de 2010

O Som do Sul

Hoje descobri um novo Universo. Uma nova Realidade Paralela da Cultura Musical Brasileira. Hoje eu descobri quem não os verdadeiros undergrounds brasileiros. Você por um acaso já ouviu falar de bandas como Doce Encanto, San Marino, Sétimo Sentido ou Brilha Som? Eu também não tinha ouvido. Eu já tinha no meu Ipod uma coletânea da banda Terceira Dimensão, que tocam um som semelhante ao das bandas que citei, só não sabia que a cena era tão grande.



Ontem à noite a vendedora de DVDs do Terminal de Ônibus do Guaraituba escalou a minha existência para voltar a ser comprador. Argumentei que meu reprodutor estava estragado e ela replicou que eu poderia comprar CDs de música. Como meu ônibus estava demorando, resolvi dar uma olhada nos produtos disponíveis.

Em meio aos costumazes Beyouncé, coletâneas de hip hop e funk, Lady Gaga e Djavu, vislumbrei um Melhores Bandas do Sul. Nenhum nome conhecido. Instinto pesquisador de Timpin em modo ON, perguntei pra comerciante informal:

- Me diz uma coisa, essas bandas não tocam no estilo do Terceira Dimensão?
- Acho que sim.
- Vou arriscar, faz por dois e cinquenta?
- Claro, tu é cliente antigo.
- Fechou a polenta então.

Agora demanhã escutei a bolachinha. O som é derivado de valsas e foi evoluindo entre os imigrantes europeus até chegar atualmente a uma batida bem acelerada e dançante. É fundamentalmente consumido nas cidades do interior da região sul, principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina. É o som dos bailões da alemoada. Nunca aparecem na mídia, no máximo nas AMs da vida. Isso é o máximo que sei sobre esse gênero musical, não sei nem seu nome.

Mas vou saber. O encarniçadinho do brega aqui vai atrás. Infelizmente a net acho que pouco vai ajudar. Vou ter que fazer uns telefonemas, conversar com pessoas, tomar umas cachaças. Mas acho que vou gostar, adoro devorar novidades, adquirir conhecimento profundo de generos popular obscuras e pagar pau de esnobe em rodinhas universitárias.

Me aguardem.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Manual Prático Para Fugir da Banda Djavu

É o Cabaré do Timpas, sempre preocupado com a saúde mental de seus leitores.



1 - Evite ambientes com som automotivo:
Quem investe alto em som automotivo, certamente, está a fim de exibir seu poder para a mulherada. Só que, de nada adianta ter um puta som se ele não está tocando o som do momento. Pois é, o som do momento é a Banda Dejavú.

2 – Nunca assista programas de auditório:
Como regra, os programas de auditório da TV Aberta são destinado ao povo, e povo gosta por demais desse tal de Dejavú. Assim, evite assistir Gugu, Faustão, Eliana e Cia – a probabilidade da banda aparecer nesses palcos é muito grande.

3 – Não ouça rádio sem identidade bem definida:
Cuidado com as rádios que tocam todos os estilos musicais. Como a Banda Dejavú está na moda, a chance dessas rádios tocarem a música "O que pensa que eu sou?" várias vezes no dia é muito grande.

4 – Não frequente baladas democráticas:
Não vale a pena ir a uma festa que pretende agradar a gregos e a troianos, mesmo que até o Dj não gosta de tecnobrega. Não adianta, sempre vai ter um engraçadinho que vai pedir pra tocar Dejavú. Ai já viu...

5 – Não converse com estranhos:
Só ande com pessoas que você tenha certeza que também não gosta da Banda Dejavú, isso garante que você não caia em uma cilada.

6 – Não ligue para nenhuma das dicas que você acabou de ler:
Vamos ser realistas. Provavelmente você não conseguirá escapar desta banda. Suas músicas estão por toda a parte, e se você não gosta, procure agir com bom humor. Seja tolerante com uma cultura que não é sua. Lembre-se que é só uma fase, é modinha, e que vai passar.

O que pensa que eu sou?/Se não sou o que pensou, me libera/Não insista/Vai viver um outro amor[...]

Luan Santana em números

Os Aviões do Forró acabaram de lançar seu novo disco promocional. Em fevereiro quem lançou o seu foi o Forró do Muído. As duas bandas pertencem a A3 entretenimento e se tem uma coisa que a A3 tem o dom, é saber escolher as músicas que suas bandas tocam. Se as bandas da A3 tocam uma música, pode apostar que é sucesso. Os dois novos promocionais que ele lançaram possuem uma coisa em comum: cada um deles tem DUAS músicas de Luan Santana.

Desde maio do ano passado que aposto em Luan Santana e pareçe que ganhei o prêmio.

A comuindade dele no Orkut é a que mais cresce. No principio, ele surgiu como o afilhado da dupla Fernando & Sorocaba. Agora ele superou os padrinhos em termos de fama. A comunidade dele tem mais que o dobro de membros que a da dupla. A tendência é de que até o final do mês ultrapasse os 200.000 membros. No Twitter, é seguido por mais de 120.000 criaturas.

Na lista das 100 músicas mais tocadas nas rádios brasileiras, publicada pela revista Billboard Brasil, o guri está emplacando duas músicas: "Meteoro" e "Você não sabe o que é amor". É bem provável que seu nome conste nesta lista por um bom tempo, posto que seu disco "Ao Vivo em Campo Grande" possui uma penca de hits em potencial.

No Portal Terra, lidera duas enquetes, a de cantor nacional mais bonito e de quem deve ser escalado pra tocar na final do Big Brother Brasil. Ele bate NX Zero, que está em segundo lugar. Em termos de beleza, conseguiu mais que o dobro de votos do que o galã Victor, da dupla Victor e Leo.

A maior parte dos acessos a este Cabaré vem de buscas no Google por entrevista com Luan. Sinto-me até meio seboso por não ter conseguido nenhuma entrevista com ele para publicar para os leitores.

A Som Livre está apostando todas as suas fichas em Luan Santana, o que meio que prejudica outros nomes promissores de seu cast, como Maria Cecilia & Rodolfo ou João Carreiro e Capataz. Só que as chances de que a gravadora quebre a cara são altas, afinal Luan é essencialmente um ídolo teen e a nova geração não está habituada a comprar discos ou DVD. No máximo um pirata básico.

Agora é esperar para ver.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Enquanto Skooby tem medo de fantasma, Salsicha (e Gel) voltaram pro Fantasmão





Tá vendo esses dois carinhas aí em cima. O de cima chama-se Salsicha e tocava guitarra na banda do Edcity. O segundo é Gel e era baterista da mesma banda. Pois os dois desertaram e voltaram para a antiga banda, o Fantasmão. A alegação dos dois é que foi por razões profissionais, ou seja, GRANA.

Fontes seguras relataram à alta cafetinagem deste distinto Cabaré que Salsa fez um acordo com empresário Franco Daniele, retirando a ação trabalhista que tinha contra o Fantasmão e recebido a grana que era devida. Gel diz que isso ele não faz, mas admite que o cachê que ofereceram é maior do que ele estava ganhando tocando pro Edcity.

Se volta pro Fantasmão é economicamente rentável para os dois é um fato, o suicidio artístico e curricular dois é outro fato. Fantasmão é uma banda morta que, mas que esqueceu de cair. Se em sua origem Edcity batizou a banda com esse nome para simbolizar o susto que daria a todos que afirmavam que ele morreria como cantor ao deixar o Parangolé agora a coisa mudou.

Agora Fantasmão tem o significado de um espectro. Um espírito desgarrado que não encontra seu lugar nem no céu e nem no inferno. Alô Fantasmão!

- Vá para a luz! Vá para a luuuuz!

terça-feira, 16 de março de 2010

A diferença que um chapéu faz, na vida de uma pessoa - parte dois



Se você é novo aqui, clique aqui para ler a parte um desta saga.

Vocês querem saber o que euzinho mais do que o resto da humanidade inteira? Eu tenho mais é que me fuder mesmo. Descobri isso às 07:23 do dia 26/12/2009. Após ter sido sumariamente expulso de minha residência por determinação expressa de minha cônjugue (detalhes no post anterior), havia pernoitado na cada de meu vizinho e acordado abraçado com os cachorros. Enquanto sorvia uma fumegante chícara de café forte e aguardava afoito que a Neosaldina aplacasse a dor de cabeça da ressaca, meu E71 da Nokia adquirido no mercado negro e com chip Tim, tocou.

Meu chefe me convocando para trabalhar no sábado, dia 26. No sábado e no domingo. Existe uma maneira pior de começar um 25 de dezembro?

- Existe!
- E é? Diz como negão!
- Começar com Banda Djavú e Dj Juninho Portugal.

Foi eu botar meu chapéu na cabeça que Élcio fincou o pendrive na entrada USB 2.0 do carro dele para as caixas acústicas emitirem o infame refrão: "O que pensa que eu sou / se não sou o que eu pensou / me libera / não insista / Vai buscar um outro amoooooor".

E pensar que fui eu quem apresentou Djavu pro cara. Tenho pesadelos teríveis até hoje por causa dessa cagada. Acordo suando e febril imaginando Paulo Palcos e Geanderson escondidos debaixo da cama, cada um com uma carabina de cano duplo com cartuchos entupidos de chumbo grosso.

É que a Djavú é de Capim Grosso. Vai ver por isso que meu subconsciente que emerge nos sonhos faz essa associação retardada. Gostaria que Carl Gustav Jung estivesse vivo para descascar esse abacaxi.

Não! E tem mais. Nádila surge de dentro do guarda-roupa com um vestido preto, um chapéu de mesma cor em formato de cone, com dentes poniagudos emitindo um apavorante kááá kia kia kia kia! enquanto viro uma peneira loira e magra ao som da marcha fúnebre de Wolksque sai dos teclados de Juninho Portugal.

É mole? Chupa que é de uva, meu amigo.

Estudantes de psicologia em particular e curiosos em geral que quiserem saber mais detalhes dessa minha fobia, podem conferir o Watergate do Tecnobrega, partes: um, dois e três.

Claro que eu ali, hospedado de favor, não podia interferir na programação do cara, limitei-me a escutar resignado o disco tocar três vezes. No local. Mais duas na hora de ir no mercado comprar carne e cerveja para alimentar e embriagar os convidados que viriam para o almoço. Como convidado não é hospedado, foram eles que me liberataram do jugo e pediram pra trocar o som.

Convidados e meus filhos. Arthur e Alice correram para meus braços, acompanhados por Victor e Leo, minha recém adquirida dupla de vira-latas. Acontece que tanto Victor e Leo quanto Sofhia Loren e Ringo Starr são um mando do moleques. Só que os meus são vira-latas enquanto os do vizinho são pastores alemães. A diferença de tamanho é desproporcional. Como cantam João Carreiro & Capataz: nessa relação eu tive que opiniar. Separei as duplas.

- Victor e Léo, já pra casa!!

Acho que agora já dá pra falar do meu chapéu.

Todos os presentes na confraternização deram muitas risadas ao saberem do nome de meus cães. Pediram que eu contasse porque aquele nome. quer saber porque? Clique aqui. Todos puxavam assunto comigo e eram simpáticos. Só que isso não mérito exclusivo de Victor e Leo. Meu chapéu também tem seus méritos. Antes dele, com minhas madeixas loiras compridas, meu visual largadão e jeito de andar todo errado, era o típico estereótipo de roqueiro. E roqueiros não inspiram nem confiança e nem simpatia em não-roqueiros. Com o chapéu eu passei de drogrado, adrógino e encrenqueiro Axl Rose para bruto, rústico, sistemático.

Com meu chapéu fiquei "xique bacanizado, um ambisurdo nota dez, a vida meiorou demais, a vida deu um revestréz". Passei a ser o cara. As pessoas passaram a me cumprimentar, insistir para que eu contasse minhas piadas e minhas histórias. E o melhor, deixaram eu executar meu playlist continental, abrangendo músicas de todo esse Brasilzão véio sem porteira.

Claro que além do chapéu, meu bom senso contribuiu para essa liberdade toda. Durante o churrasco e as primeiras cinco grades de cerveja, toquei só o status quo musical local: sertanejo básico e umas pontuais vaneiras, dando preferencia para as da região do Mato Grosso do sul. A saber: Grupo Tradição, Alma Serrana e Zíngaro. Outra sacada foi escalar a existência dos meus filhos para pedirem músicas. A sacada três foi escalar a carismática Alice pra pedir sua banda predileta.

- Papai, bota Bonde do Maluco?

"Cadê os cachaçeiros? / Como é que é / Tão tudo dormindo / Tão lá no cabaré". O refrão de fácil assimilação, aliado à performance dançarina executada por escriba e filha, arrancaro risos e coros de quase todos os presentes. Ao final da música, queriam saber que raio de estilo e de dança era aquilo. Após um breve resumo da gênese do gênero, botei pra tocar "Pisa na Barata", a música ideal para dar um Curso Intensivo de Dança de Arrocha.

Os machos ficaram meio cabreiros de tentar aquele rebolado todo que eu estava empreendendo, mas a muierada acanaiada não se fez de rogada e quando toquei "Sai da frente rapaz" a reboladera e arrochadera desgovernada já era generalizada. No final do set, a consagração final com a versão arrocha de Don't Matter, do Akon, com um dos coros mais lindos escutados no Bairro São Dimas: Ôooo / Ôoooooooooo / Não vale mais chorar por ele / eles jamais te amou / jamais de te amou.

Dan Ventura? Depois te mando a fatura.

Arthur já estava me cutucando a algum tempo. Não que ele não goste de Bonde do Maluco, ele adora também, mas é que como Alice tinha feito o pedido, meio que mecheu com os brios do moleque e ele estava afim de recuperar sua auto-estima mostrando a todos que sim, ele sabe dançar capoeira. E para dançar capoeira, a trilha sonora que Arthur não abre mão é Fantasmão e Edcity.

Mais uma vez tive que palestrar sobre o gênero, apesar de desconfiar que aquele bando de manguaçado não estava mais lá prestando muita atenção. Quando falei que aquilo que eles ouviriam era meio que culpa do É o Tchan a situação chegou inclusive a ficar meio tensa. De nada adiantou citar samba de roda. Resolvi agir. Por própria conta e risco.

"Quem cola comigo / comigo não cola / pra colar comigo tem que seeeeeeeeer..." (Arthur põe-se em posição de pré-combate) "tem que seeeeeeeer..." ( olhares alternam-se entre a posição de Arthur e minha pessoa física) "tem seeeeeeeeer..." (transcorre então o segundo mais longo de minha carreira de disque jóquei e carreira de disque jóquei tem essas coisas e estou enchendo linguíça aqui pra simbolizar o segundo mais longo da minha carreira de disque jóquei e se você é disque jóquei ou um dia já foi disque jóquei sabe do que cacete esse blogueiro mala está falando)

"Viola / tem que ser viola / tem que ser viola / tem que ser viola"

Foi um treco impressionante. A tensão psicológica acumulada, o salto mortal que Arthur deu, seguido de uma estrela tripla, foi como uma flecha sendo arremessada, passando por um milímetro de distância da cabeça de todos os presentes. A simbiose entre a dança do Arthur e a música do Fantasmão foi perfeita. Ninguém conversava nada. Eram todos olhos e ouvidos. Ninguém esperava nem ver, nem ouvir aquilo. Choque cognitivo total. Hipnose coletiva.

Na hora pus-me a procurar desesperadamente no ipod uma música que fizesse jus àquele evento ímpar da história da evolução humana. Alguma entidade dos Orixás deve intercedido em meu favor. Fiz a coisa mais inusitada e fora de lógica que poderia ter feito. Baixei o nível de pressão tensorial e gravitacional, colocando uma música malemolente: "No Break", já da nova fase do cantor Eddy com a persona Edcity.

A música tem uma levada maneira, onde mesmo sem abrir mão da cadência do samba de roda é passível de ser dançada com os movimentos de Michael Jackson. Coisa que meu filhotão, o Tucão que de tão clone de mim, para sempre me eximirá de gastar dinheiro com exames de DNA, sabe fazer com maestria. Ele já passou horas estudando os movimentos do Rei do Pop. Deu certo. Deu tão certo, que quando Alice me chamou para dançar sua música, "Pivetona", a platéia já estava ganha. "Essa menina é uma onda / Pivetona / Pivetona / ela chama pra ondaaaa".

Falei platéia, porque pedir que os paranaenses eurodescententes, sem um pingo de sangue negão na veia, dançem swuingueira, aí já é pedir demais. Depois da "Pivetona", resolvi aliviar com o funk do Bonde do Tigrão, que já é mais familiar aos ouvidos e que também serve de chute-do-pau-do- barraco-que-funciona-como-deixa-pra-mudar-de-música-depois-de-tocado. Pelo menos ali naquele ambiente.

Para aplacar a adrenalina, entornei três garrafas de cerveja seguidas e perdi a coordenação visual e motora para operar o ipod. Coloquei Jorge & Mateus à pulso, disco inteiro para tocar e ainda consegui encontrar espaço em minha agenda para fazer mais uma cagada. Minha capacidade de encontrar novas e piores maneiras de fazer cagadas não demonstra o mínimo sinal de arrefecer. Atravessei a rua e fui azedar os filhos da cabelereira. Acabei azedado.

Me ofereceram um copão de conhaque, que durante a primeira metade usei de combustível para contar a eles todas as merdas pelas quais estava passando. A segunda metade? Usei para baquear-me de vez enquanto ouvia a metralhada de chacotas proferidas por aqueles malditos malinhas, nenhum deles com mais de dez anos.

- Pô Timpas, já que tu tá tão sem moral, me vende esse papel por um Real
- Moral? O Timpas tá tão sem moral que se dormir na rua amanhece tapado de terra por que os gatos pensaram que era um cagalhãozinho estacionado na calçada.
- Pior que é mesmo! Se eu fizer um risco de giz aqui no chão, o Timpas passa por baixo.
- Acho que se o Timpas cruzar com um carro funerár...
...Huahuahua....O Timpas tá no farelo do cac...
...amnésia alcoólica...

Yes, We Can! (coluna nova de Timpin no Blognejo)



Fábio Dorneles e André Forastieri não se conhecem, não tomam cerveja juntos, mas cada um à sua maneira expressaram insights parecidos em recentes posts nos seus blogs. Fabio Dorneles comentou sobre como Victor & Leo infiltraram-se no repertório de cantores de barzinhos MPB e abriram caminho para a música sertaneja. Andre Forastieri desceu o sarrafo na nova moda folk, composta por nomes como Malu Magalhães e Vanguart.

Vou fazer a ponte entre os textos e aprofundar um pouco a questão.

Uma coisa que sempre me intrigou e me revoltou é o fato de que o povo da MPB só valoriza regionalismos de raiz, ignorando os galhos de ricas folhas verdes e floridos da musica brasileira. Em termos de forró, Mestre Ambrósio “pode”, mas Limão com Mel “não pode”. Em termos de música gaúcha, Renato Borgheti “pode”, mas Balanço do Tchê “não pode”. Na música sertaneja, Renato Teixeira “pode”, mas Bruno & Marrone “não pode”.

Enquanto chafurda numa catatonia criativa que já dura décadas e recicla pela enésima vez a bossa nova, a MPB transformou-se algo chato, enfadonho e ensimesmado. Via de regra uma música escutada por pessoas chatas, enfadonhas e ensimesmadas. As pessoas que se acham cultas. Aqui no Brasil, pessoas cultas não escutam músicas que o povão escuta. “Deus me livre, aquela música vulgar, aquilo não é cultura!”

Porque isso ocorre?



Leia o resto no Blognejo

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Adeus ao CrossFox amarelo




Stefhany sofreu um acidente na rodovia PI-227, quando voltava para o povoado Baixas do Maranhão, local onde se localiza Inhume, cidade inde mora (a 238km de Teresina). Seu Cross Fox amarelo capotou 3 vezes.

Mais detalhes no blog oficial da DIVA ABSOLUTA.

Agora é oficial: Timpin é editor do Bis MTV




Esse malinha da foto aí de cima, portador deste mui style chapéu de peão boiadeiro é o novo editor do blog BiS MTV. Agora sim aquele blog estará de portas abertas para ser o porta voz da música que verdadeiramente popular brasileira.

E já estamos com novas colaborações. Hoje, segunda-feira, 15 de março de 2010 temos a estréia de Kaori Santini, uma japonezinha de São Paulo que escreverá sobre pagode paulista. E a mina tem um estilo todo peculiar de escrever.

Tá lá no box MegaFone, sua fotinha no quadro verde




Eu e minha prima arrasávamos no samba e no axé nos bailinhos de carnaval e a galera fazia roda em volta, acho que se perguntando "De onde saíram essas japinhas swingadas?"

ou então

Humoristas adoram fazer piadas do tipo: "CD de pagode? Não quero nem de presente para meu pior inimigo!". Pagode virou termo pejorativo e, por um lado, até entendo, pois já teve uma época em que os caras só queimavam o filme da categoria. Era um tal de gente fazendo filho em todo o canto e sendo denunciado por não pagar pensão, gente esbanjando nas correntes de ouro e nos carrões... Tudo muito desnecessário e feio; mas até aí eu me pergunto: "E daíiiii???". E das drogas dos roqueiros ninguém fala?

Como vocês podem notar, a menina não tem papas na língua e desfere Jutsus poderosos contra o senso comum. Espero que esta seja a primeira de centenas e mais centenas de colunas da Kaori.

Ainda nessa semana estreiam colunistas de forró e sertanejo. Quer participar também? Fala comigo.

sábado, 13 de março de 2010

Edcity dá nocaute no carnaval de 2010


Nesse mundo confuso e de poucas certezas, uma coisa é certa: EDDY É FODA!

Depois de ter sido traído pelo empresário do Fantasmão Denílson Franclin (tanto é que o traíra acabou preso) e perder todo seu projeto que era a banda que ele podia chamar de sua após a saída do Parangolé, eis que sua nova empreita, o Edcity, conquista seu lugar ao sol sendo sucesso DE NOVO no carnaval de 2010 em Salvador.

Edcity está entre os indicados das principais premiações do Carnaval, na categoria "Cantor Revelação", no troféu Dodô e Osmar e "Melhor Banda de Pagode", pelo troféu Castro Alves. Todo mundo estava em dúvida se a nova sonoridade, cheia de guitarras pesados iria emplacar. Tudo indica que MAIS UM VEZ Eddy conseguiu.

A alta cafetinagem deste distinto cabaré deseja toda a sorte do mundo a Edcarlos e a todos os músicos que seguiram com ele para a realização de mais um sonho e aguarda com muita espectativa o lançamento do DVD da nova banda.



A CIDADE É NOSSA!!!!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Momento Chupa que é de Uva

Segundo o site oficial da banda, a Djavu em maio fará uma TURNER internacional, com shows nos Estados Unidos. Duvida? clica aqui.

Pelo menos pararam de falar que iriam participar do show de abertura da copa da Africa do Sul. Até porque, se eles tem moral de tocar na abertura de algo, seria na abertura do banho de sol de alguma penitenciária.

Outra coisa. Nenhum comentário sobre a fracassada gravação do DVD em Interlagos. Estou investigando, ainda volto aqui com notícias desse evento maravilhos.

*Atualização

Algumas pessoas me ligaram dizendo que eles vão aproveitar a deixa pra fugirem do país com a grana que obtiveram com o roubo das musicas da Banda Ravely. Sabe porque o cagaço? Porque em abril sai o DVD do Movimento Tecnomelody, com dez bandas de Belém, sob o selo da Som Livre. Aí meu nego, certeza que a Som Livre irá arrancar as tripas da banda Djavu.

*Atualização 2

O Geanderson, vocalista da BandaMigué, alertou os fãs em seu blog de que estão publicando uma série de mentiras na Internet. Fui checar a postagem da TURNER INTERNACIONAL e constatei que eles haviam corrigido. Foram rápidos. Mas nossa alta cafetinagem também é rápido e obeteve a prova que constará nos livors de história na memória cache do Google. Observem a prova.



Enquanto isso, o bonitão colocou fotos exibindo seus dotes físicos e exercitando aqui que mais gosta de fazer: nada e nadar numa piscina de hotel paga com os royaltes que deve a Banda Ravelly. Aproveita enquanto é tempo campeão!

Forró do Muído TENSO



Agora foi, as menininhas desencalharam. Simone e Simaria casaram no mesmo dia, na mesma igreja, economizando assim uma boa grana ao compartilharem festa e convidados. É praticamente um final feliz do conto de fadas que é o romance de Simaria com o espanhol lá. Marmanjos, percam as esperanças!

Mas agora vamos a pergunta que não quer calar. Por favou, me AUXILIEM nessa. Que CACETE é aquela cabeça colada na mão de Simaria?????

quarta-feira, 10 de março de 2010

Um enigma chamado Banda Djavu - Um raio X das estranhas razões de seu sucesso nacional




A banda Djavú é um fenômeno que ainda deve ser estudado. As periferias de todo o Brasil foram tomadas de assalto por aquela batida repetiva e por aquelas letras muitas vezes incompreensíveis: todos cantam “Rubi nave do som / faz a pedra vem pra cá” sem saber que diabos é esta pedra que a cantora pede pra fazer. A banda reproduz o tecnobrega de Belém do Pará de uma maneira, digamos assim, rudimentar, desacelerando a batida e usando teclados, sem guitarra. Para completar, todos sabem que tocam covers sem autorização dos autores.

Ou seja, isso não teria a mínima chance de dar certo, no entanto, foi de longe o maior fenômeno de sucesso do ano passado, com a agenda lotada e shows e com cachês na ordem de dezenas de milhares de reais. O tecnobrega do Pará, ou tecnomelody, que é como agora é chamado por lá, depois de anos e anos sendo uma grande promessa de estourar no resto país, acabou estourando pelas mãos de uma banda da Bahia.

Esta inclusível é mais um ítem intrigante do enigma DJavú. Existem dezenas e mais dezenas de cantores e banda de tecnomelody no Pará. Como e porque a Djavú sozinha conseguiu vencer tamanha concorrência? Apropriando-se das músicas paraenses? Provavelmente não.

Por mais surreal que isso possa soar, o primeiro acerto da Djavu surgiu apartir de um erro. Eles não sabiam tocar tecnomelody. Paulo Palcos e Geanderson haviam contratado a Banda Ravelly para tocarem na região norte do interior da Bahia em 2008. Por uma confusão na agenda da produção da Ravelly o compromisso não foi cumprido e em virtude desse calote, a Djavu foi montada as pressas. Como eles não sabiam tocar o som como era tocado no Pará, reduziram a batida de 1.80 para 1.64.

Como em Belém a produção de novas músicas é muito, mas muito rápida a batida por lá ultimamente tem seguido um caminho inverso, acelerando cada vez mais, a ponto de já ter até um subgênero, o eletro melody. Para o público local, que acompanha essa evolução de perto, os ouvido acabam por se habituar gradualmente, mas para quem não está acostumado ao som, isso só prejudica a assimilação. Ou seja, enquanto o tecnomelody evoluia em qualidade para o público local, tornava-se mais alienado do gosto global. E ninguém nem pensava nisso.

A Djavu também não pensou nisso, apenas adaptou-se às circunstâncias. O vocalista Geanderson admtiu pra mim por telefone que nunca imaginava que o sucesso deles atingiria essas proporções. Mas só isso, uma simples mudança nos BPMs (batidas por minuto) explica todo esse sucesso? Mais uma vez, provavelmente não. São extremamente raras as histórias de sucesso que não envolvam trabalho e eles trabalharam muito. Só que as bandas paraenses também trabalham muito, ou você acha fácil percorrer as imensas distancias amazônicas para se apresentarem? Então, onde está a diferença?

A diferença está na geografia. Capim Grosso, cidade natal da Djavu, fica no sertão nordestino e isso faz toda a diferença. Fred Zero Quatro, vocalista da banda pernambucana Mundo Livre S/A tinha uma frase em uma música que era assim: “Não espere nada do centro se a periferia está morta” e São Paulo é o grande centro do país, se algo acontece em São Paulo, é apenas uma questão de tempo para acontecer no resto do país. Nesse contexto, dado a quantidade de migrantes nordestinos, o sertão é a periferia de São Paulo.

Todo mundo fala da população nordestina da capital paulista, mas sob as tradicionais generalizações, sempre tem o óbvio ululante invisível, o migrantes são em sua avassaladora maioria do sertão. Pouquíssimos migrantes são das capitais litorâneas. E com as facilidades de comunicação, seja via celular ou lan houses, dos tempos modernos, muito rapidamente o que toca no sertão, passa a tocar em São Paulo. Então, quer se antenar dos potenciais sucessos nacionais, descubra o que está tocando no sertão. Aqui, voltamos para as razões da vitória da Djavu sobre os paraenses.

Desde que surgiu, a Djavu não parou de se apresentar pelo sertão nordestino. As bandas paraenses, devido as imensas dificuldades de logística que a distancia impõe, se apresentaram bem menos. Assim, praticamente num trabalho de formiguinha, a Djavu foi se destacando e cimentando seu nome no inconsciente coletivo da população. Mas foi só isso, diminuição dos beats e boa localização geográfica a razão de todo o sucesso? Provavelmente não.

Imagem é tudo e a Djavu soube trabalhar a sua. A gravação de um DVD, mesmo que às pressas sem que a platéia sequer soubesse quem estava no palco (era o público que aguardava um show da Calypso) e uma capa, vamos admitir, bonita e atraente, fizeram mais uma diferença. Isso, aliado a uma esperta estratégia de reivestir em DVD que eram disponiblizados entre os altos escalões da pirataria, acabou por dar catalizar tudo isso que está acontecendo, a febre chamada Djavu.

A biografia da banda foi construída sobre muita polêmica. Mil histórias de estratégias escusas correm a boca pequena no show business brasileiro. Se um dia elas virão à tona a ponto de acabar com a reputação deles, é algo inescrutável. Mas uma coisa é certa, o inconsciente coletivo brasileiro para sempre carregará o seguinte verso:

“O que pensa que eu sou / se não sou o que pensou / me libera / não insista / vai buscar um outro amooooooooor”

terça-feira, 9 de março de 2010

Grupo Tradição brinca de Rede Globo

Desde fevereiro do ano passado que o grupo Tradição está vivendo um Big Brother Brasil à sua maneira.

Em fevereiro Michel Teló deixou o grupo para viver sua carreira solo. Após cumprir a agenda de shows por um período de cinco meses, Michel lançou seu disco Balada Sertaneja e desde então tem trabalhado em cima de sua estréia. Estranhamente ele usa o mote Micareta Sertaneja como publicidade de seus shows e este mote era do grupo Tradição, inclusive era o nome dos dois últimos discos da banda.

No undergroud do showbusiness sertanejo se comenta a bocas pequenas que Michel levou também todo o conjunto de telões e deixou o Tradição no seco. Vai saber. Do jeito que os artistas se cercam de assessorias de imprensa assépticas, esse tipo de informação é quase impossível de ser checada.

Em junho o sanfoneiro Gerson Oliveira, depois de muito diz-que-não-diz, também picou a mula, dizendo que montaria uma outra banda com um antigo vocalista do Tradição, Serjão, que administrava uma loja de cosméticos em Campo Grande. Só que nos primeiros meses Gerson tocou junto com Michel e a tal banda até agora agora não deu os ares de sua graça.

Na virada do ano foi a vez dos batuqueiros "serem eliminados". Wlajones e Arapiraka abandonaram a casa. Arapiraka, aparentemente está curtindo umas férias enquanto Wlajones está tocando com meio mundo de gente, dentre os mais famosos, a dupla Maria Cecilia e Rodolfo.

Neste último final semana Aderson Nogueira, o bateria e também vocalista, anunciou que seguiria carreira solo. São raros os bateristas que arriscam este caminho. Ringo Starr e Phil Colins são os mais famosos, fora eles, pouquíssimos se deram bem. Como Anderson tem um timbre de voz que combina bem com a vanera, é possível que se dê bem. Só o futuro dirá.


Juliano, que deixou o 6éD+ para ser o novo membro do Tradição

Seguindo sua "tendência Rede Globo", o Tradição está substituindo os dissidentes por adolescentes, a ponto de surgirem brincadeiras de que o nome da banda poderia ser mudado para Malhação. Tanto o novo vacalista Guilherme Bertoldo, como o novo sanfoneiro Jeferson e o novo percussionista Juliano, todos tem em torno de 18 anos. O novo cabeçalho do Ning da banda já ostenta a foto dos piás.




Esse rodízio de membros vem demonstrar que o Tradição se transformou numa espécie de franquia, como era o Menudo. Cada vez mais sob a batuta do baixista Carlos Dias, a banda está em plena e pública metamorfose e no concorrente mercado da música sertaneja, isso é uma atitude ousada e corajosa. Mas como a banda tem um público deveras fiel, é bem capaz de que no final tudo dê certo.

E como diz o ditado, se ainda não deu certo, é porque o final ainda não chegou.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A Batalha de Titãs Mais Inútil & Equivocada da História da Galáxia

Na última sexta-feira estreei como colaborador do Blognejo, blog especializado em crítica musical sertaneja. Quando começei minhas aventuras musicais na web, desconhecia a existência desse site, confesso que acreditava ser pioneiro no assunto. Talvez, e isso não passa de mera especulação, seu eu soubesse de sua existência, nem tivesse me aventurado no ramo. Talvez. Mas, como dizia John Lennon, a ignorância é uma bênção e, neste caso em específico, foi mesmo.

O texto no Blognejo acabou por despertar uma certa polêmica na caixa de comentários. Tudo porque eu falei que o Luan Santana é uma espécie de novo Elvis Presley. Confiram lá meus argumentos em defesa dessa tese. Descontados dois ou três cometários de apoio, os resto foi escárnio e sob certos aspectos, ofensas pessoais.

Que algumas pessoas não concordassem com meu ponto de vista já é algo que eu esperava, afinal já recebi ameaças de morte ao afirmar que Maria Cecilia & Rodolfo eram mais legais que Sandy & Junior e até mesmo quando disse que o próprio Luan Santana ofuscaria a carreira solo de Michel Teló, ex vocalista do grupo Tradição. Normal. Lidar com fãs é muito semelhante a lidar com muçulmanos ortodoxos ou militantes do PT. Envolve uma série de riscos que vão desde ter sua reputação colocada em cheque até sua vida em risco.

O diferencial nesta polêmica foi que o debate foi entre fãs de blogs. Já faz uns bons pares de meses que esse arranca rabo anda ocorrendo nas caixas de comentários, sem que ninguém chegue a uma conclusão final. Quase ninguém torna pública suas opiniões a respeito. Abusam-se da opção de postagem anônima. Parece que temos aqui a gênese de um tabu. Como não devo nada a corno nenhum, não tenho medo de macumba e sou adepto de Éris, a deusa grega da discórdia, vou dizer aqui o que penso a respeito.

O dois sites que mancham de batom os monitores dos internautas, são, respectivamente: Blognejo e Universo Sertanejo. Como sou amigo de todos os envolvidos e heterosexual praticante, sinto-me em condições de assumir uma postura imparcial e desprovida de passionalidades.

Sou fã dos dois sites. Cada um cumpre sua função ao ser fiel a seus principios e suas premissas.

A premissa de André Piunti, do Universo Sertanejo é tentar atingir a imparcialidade, publicar a notícia como ela ocorreu, sem emitir opinião a respeito do fato (ou disco, ou show) noticiado. Essa postura ele adotou desde quando era estudante de jornalismo e continuou adotando ao ser contratado pelo UOL para escrever sobre musica sertaneja. Até onde eu saiba, da emergente geração de blogueiros a escreverem sobre musica sertaneja, ele foi o primeiro a conquistar seu lugar ao sol da remuneração. Devido a seus contatos obtidos com seu crachá do UOL, a exclusividade com que obtém suas infornações faz de seu site o melhor em matéria de notícias. É ele, por exemplo, nosso posto avançado que nos conta em primeira mão o que ocorre nos transatlânticos sertanejos. Ponto pro Andrezinho.

A premissa de Marcus Vinicius (e de Fabio Dorneles, outra autoridade em musica sertaneja, que tocava o site Território Sertanejo e que agora participa do Blognejo) é tentar analizar as informações que publica, emitindo opiniões e tentando contextualizar a notícia. Essa postura também foi adotada desde os primórdios. Isso a mais de dois anos atrás. Um trabalho nessa linha é fundamental que seja feito, afinal a musica sertaneja praticamente nunca teve um crítica séria e quem aprecia música sempre gosta de ver a qualidade artística der seus artistas prediletos sendo questionada ou exaltada. E o poder de uma opinião forte pode ser comprovado quando a dupla Victor & Leo obrigou-se a manifestar-se publicamente frente a repercussão que o Blognejo capitaneou sobre a coletiva deles antes da gravação de seu novo DVD. Ponto pro Marquinhus.

Assim apresentadas as características de cada um dos sites, fica claro que não existe uma concorrência, mas sim uma complementariedade. Ele se complementam, com cada preenchendo as lacunas do outro. O Universo Sertanejo é a noticia crua, como os jornais diários. O Blognejo é a noticia aprofundada, como as revistas semanais. Com o tempo, os leitores acabaram escolhendo a opção que mais lhe agrada ou então duas, sem levar a coisa para o terreno bélico das ofensas e piadinhas bestas das caixas de comentários.

Essa polarização só existe porque esse terreno, a crítica e o jornalismo musical sertanejo, ainda é muito insipente, com pouca gente colocando as mangas de fora. Trata-se, digamos assim, da primeira geração de blogueiro na área. Quando a segunda geração surgir, a polarizaço desaparecerá e que vai sobrar será um farto (e muitas vezes divertido) para os futuros historiadores da era digital. Por enquanto deixemos o Andrezinho preenchendo a lacuna do Marquinhus e o Marquinhus preenchendo a lacuna do Andrezinho

Porque não sei vocês, mas eu muitas vezes estive a ponto de mijar nas calças de tanta risada dos comentários furiosos de fãs e partidários. É pra cair o cú da bunda

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