terça-feira, 17 de agosto de 2010

Gaby Amarantos conquista indies e moderninhos

Hoje será publicada minha segunda coluna no Jornal O Liberal.

Como ainda não acertei com eles os direitos para publicar também aqui no blog e como a leitura completa dos textos on line só é permitida para assinantes, vou republicar aqui uma resenha do show da Gaby Amarantos - que é o tema da minha coluna de hoje - para não deixar os frequentadores deste distinto Cabaré a ver navios.



Por: Danilo Saraiva
Direto de São Paulo - Portal Terra


"Amanhã no Sesc Pompeia tem bagaceira e sapatos com leed, tecnomelody do autêntico do Pará. E de grátis", prometeu Gaby Amarantos, auto-intitulada Beyoncé do Pará, musa do Tecnobrega, um dia antes de se apresentar em São Paulo, pela primeira vez no projeto Prata da Casa, no Sesc Pompeia.

A cantora, febre na internet depois de ter lançado o hit Tô Solteira, uma versão pra lá de festiva de Single Ladies, hit de Beyoncé, subiu ao palco com seus sapatos repletos de luzes piscantes, ainda que só o salto tenha funcionado da forma desejada, como ela mesmo citou - e reclamou - no começo da apresentação.

Mas se no Pará Gaby Amarantos consegue reunir multidões com seus hits absurdamente cafonas, em São Paulo, uma plateia um pouco mais seletiva foi acompanhar seu trabalho. Indies e moderninhos se amontoaram, talvez para a surpresa de Gaby, que pras "bandas" de cá só tornou-se famosa graças a uns tantos vídeos disponíveis no You Tube.

O público paulistano, aliás, embarca pouco na onda da nova popstar, apesar dos esforços da musa em conseguir uma reação um pouco mais acalorada do que as mãos pra cima ou as câmeras digitais em punho. Apesar do enorme carisma, Gaby ainda enfrenta a dificuldade de ver um público acostumado com atrações cerebrais se entregar por completo aos seus hits contagiantes.

Esse é, aliás, o problema da plateia paulistana: num primeiro momento, é preciso ter muito jogo de cintura para fazer todo mundo embarcar. Após muitas reboladas, vai-e-vem e até uma calcinha rasgada de tanto dançar, Gaby consegue dominar todo mundo de tal forma, que não há mais como distinguir o que é cafona do que é conceito. Gaby serve tanto para a Daslu como para a periferia. Em São Paulo, ela é o exemplo perfeito de multiculturalismo, algo que a cidade tanto se gaba de possuir - ainda que tenha uma certa vergonha dessa entrega.

A estrela, no Pará, é quase tão popular quanto seus companheiros do Calypso, a quem ela disse, "pelo amor de Deus", não tem nenhuma competição. Em São Paulo, ela tenta um lugar ao sol.

Lá pro final, um improvável dueto com Daniel Peixoto, vocalista da banda indie Montage, além de Fafá de Belém, também do Belém do Pará, que surgiu como atração surpresa e arrasou na dobradinha de Beba Doida, outro hit da web da estrela. No bis, uma homenagem a Fafá, numa versão "tecnobrega" de Vermelho, cantada em coro pelos moderninhos.

Na saída, reunião com fãs - muitos - e um roupão prateado para cobrir o figurino ousado. Em seu segundo show em São Paulo, Gaby Amarantos, a Beyoncé do Pará, finalmente fez algum alarde.

Na capital, ela se reunirá com Miranda, um dos jurados do Qual é o Seu Talento? e Kassin, o produtor hype da Orquestra Imperial, para começar as gravações de seu próximo disco. Tenho a leve impressão que ainda ouviremos falar muito dela.

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